Com a chegada da gravidez, as futuras mamães tentam evitar o uso de qualquer medicamento, especialmente aqueles que não estão relacionados ao tratamento de doenças crônicas já existentes ou que não são necessários por razões de sobrevivência. Por isso, diante de uma gravidez aparentemente tranquila, elas tendem a reagir negativamente às prescrições médicas relacionadas à necessidade de tomar qualquer tipo de ‘química’, acreditando que isso pode ter consequências prejudiciais para a saúde do futuro bebê.
No entanto, existem diferentes tipos de pílulas e comprimidos, e os obstetras-ginecologistas modernos também estão cientes do possível impacto negativo de alguns medicamentos no bebê. Muitas vezes, eles prescrevem Curantil para grávidas tanto para prevenir várias complicações no feto e na mãe, quanto para fins terapêuticos. Vale a pena entender o que é esse medicamento e por que Curantil é prescrito durante a gravidez.

O que é e para que é prescrito
Falando em termos científicos, Curantil é um medicamento do grupo dos imunomoduladores e antiagregantes, produzido pela empresa farmacêutica alemã Berlin-Chemie. As formas de apresentação são drágeas e comprimidos, que contêm diferentes dosagens dos ingredientes do medicamento. A ação do medicamento visa aumentar a imunidade e prevenir a formação de coágulos no sangue. Além disso, auxilia na:
- normalização do fluxo venoso;
- redução da resistência dos vasos cerebrais;
- correção do fluxo sanguíneo placentário;
- prevenção de alterações placentárias distróficas, eliminação da hipóxia dos tecidos fetais em caso de ameaça de pré-eclâmpsia.
A ação do medicamento baseia-se na formação de ligações fortes com proteínas plasmáticas, no acúmulo em células vermelhas do sangue – eritrócitos e no coração após a ingestão do medicamento. Depois, ele é excretado do corpo com a bile após decomposição (metabolização) no fígado.

Forma de liberação
O medicamento é disponibilizado em comprimidos ou drágeas. Eles possuem forma cilíndrica ou circular, cobertos por uma camada com uma superfície lisa e homogênea, de cor que varia do amarelo ao amarelo-esverdeado. Nas farmácias, é possível encontrar medicamentos chamados “Curantil 25” e “Curantil 75” com dosagens de 25 mg e 75 mg, respectivamente. Uma embalagem do medicamento com menor dosagem contém 1 frasco de vidro com 120 comprimidos, quantidade geralmente calculada para um curso de tratamento de 1 a 3 meses.
A embalagem do Curantil 75 contém 2 blisters, cada um com 20 comprimidos. As drágeas também podem ser adquiridas em farmácias em embalagens contendo frascos de vidro, onde estão em quantidade de 100 unidades, cada drágea contém 25 mg de princípio ativo. A dosagem e o esquema de uso durante a gravidez são prescritos pelo médico.

Indicações de uso
As instruções de uso prescrevem a administração de comprimidos para grávidas com as seguintes doenças ou condições de saúde:
- varizes, nas quais há aumento do risco de inchaços e formação de coágulos;
- coagulação sanguínea elevada comprovada por análises, também propensa à formação de coágulos, necessitando do afinamento do sangue;
- histórico de abortos espontâneos, por exemplo, devido a um aborto espontâneo ocorrido;
- doença isquêmica do coração – com o objetivo de prevenir a formação de coágulos nos vasos sanguíneos que alimentam o músculo cardíaco;
- aterosclerose, provocando o depósito de colesterol nos vasos e formação de coágulos nessa área;
- doenças cardiovasculares.
O médico pode prescrever a administração do medicamento se for diagnosticada insuficiência placentária na gestante, comprometimento do suprimento sanguíneo no útero, rins e outros órgãos em casos de gravidez prolongada.

Contraindicações
Embora os especialistas responsáveis pelo acompanhamento da gravidez conheçam bem todas as contraindicações para o uso de Curantil, não é demais que as futuras mamães se familiarizem com elas para que possam tomá-las, se necessário, com o coração tranquilo. Curantil 25 e 75 estão absolutamente proibidos se a mulher tiver sido diagnosticada, entre outras condições, com:
- distúrbio do ritmo cardíaco;
- deficiência de lactase;
- infarto agudo do miocárdio;
- úlcera gástrica e duodenal (durante o período de exacerbação);
- patologias renais e/ou hepáticas;
- certas doenças cardíacas;
- distúrbios crônicos no funcionamento dos pulmões.
A intolerância individual aos componentes do medicamento também exclui a ingestão de Curantil em qualquer dosagem. O veredicto sobre a necessidade de ingestão do medicamento por uma grávida em cada caso específico é determinado apenas pelo médico assistente, levando em consideração o estado geral da paciente e os resultados dos exames.

Instruções de uso e dosagem
A atitude em relação ao uso do medicamento durante a gestação difere entre os especialistas. Os médicos nacionais geralmente o prescrevem nas fases iniciais para fins preventivos e correção de condições. Dependendo do curso da gravidez e do bem-estar da mulher, o ginecologista define o esquema de tratamento. Ele pode durar, por exemplo, quase três trimestres até o parto ou ser prescrito em curso.
Como tomar Curantil durante a gravidez também será indicado pelo especialista que acompanha a mulher. Geralmente, nos primeiros estágios, é prescrita uma dose de 25 mg. As instruções indicam que o medicamento deve ser tomado várias vezes ao dia – uma hora antes das refeições ou duas horas depois. Os comprimidos devem ser engolidos inteiros, sem mastigar, e com um pouco de água.
É recomendável tomar sempre no mesmo horário. Ao tomar Curantil 25 ou 75, é importante observar como você se sente. Caso surjam reações adversas, procure um médico imediatamente.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais ao usar o medicamento em doses terapêuticas geralmente são transitórios, pouco intensos e podem ocorrer durante a gravidez, afetando:
- sistema nervoso – dor de cabeça, tontura, zumbido, falta de coordenação;
- sistema cardiovascular – redução da pressão arterial, distúrbios do ritmo cardíaco (diminuição ou aumento da frequência cardíaca), ondas de calor no rosto;
- órgãos digestivos – diarreia, náusea, vômito;
- sistema de coagulação do sangue – hemorragias, redução do número de plaquetas no sangue, alteração de suas propriedades funcionais.
Os efeitos colaterais podem manifestar-se como erupções cutâneas, incluindo urticária, dores nas articulações e músculos, rinite, sensação de ouvido entupido. Não deve haver overdose – isso apenas aumentará os efeitos colaterais. Nesse caso, será necessário lavar o estômago imediatamente e chamar o serviço de emergência.
Interação com outros medicamentos
Deve-se tomar o medicamento considerando também sua interação com outros medicamentos e substâncias. Assim, na bula é enfatizado que o uso simultâneo de ácido acetilsalicílico ou anticoagulantes com o medicamento leva a um aumento significativo de suas propriedades antitrombóticas e, como consequência, pode aumentar o risco de complicações hemorrágicas.
Durante o uso dos comprimidos, é necessário limitar ao máximo o consumo de chá preto, café e produtos durante a gravidez que contenham substâncias semelhantes. Os componentes presentes nessas bebidas reduzem muito ou anulam completamente o efeito do medicamento. Além disso, o uso simultâneo de derivados de xantina e drágeas ou comprimidos Curantil enfraquece as propriedades vasodilatadoras do medicamento.

Análogos
Em alguns casos, o uso do medicamento durante a gravidez é impossível e requer substituição por análogos. Por exemplo, se a gestante apresenta reações alérgicas. Substitutos completos do medicamento são os populares Dipiridamol e Actovegin. Eles são amplamente utilizados devido à ótima relação custo-benefício. Ao optar por Actovegin, é importante considerar que ele é mais agressivo, a ação do medicamento é muito forte, sendo sua administração prioritária apenas se a saúde da gestante estiver em risco.
No caso do Dipiridamol, a única diferença é a acessibilidade do preço. O Curantil é um medicamento estrangeiro e é mais caro. Portanto, pode ser substituído por Dipiridamol se houver problemas financeiros. Além disso, entre os substitutos aceitáveis, podem ser mencionados medicamentos como Parsedil, Aggrenox, Trombonil, Persantin. Contudo, todas as substituições devem ser feitas apenas sob prescrição médica.