Problemas após o parto. Gravidez e ioga – minha experiência de recuperação
Eu nunca sonhei que minha gravidez e parto fossem tranquilos. Minha saúde, especialmente a saúde “feminina”, tinha muitos fatores preexistentes para problemas antes e após o parto:
- menstruações dolorosas na juventude, que eram impossíveis de suportar sem comprimidos;
- “sinais” de diástase e prolapso de órgãos internos – pés chatos e ossinho saliente;
- varizes – cargas pesadas nas pernas eram categoricamente proibidas;
- postura curvada “ponto de interrogação” – o ombro direito era difícil de mover para trás, após o trabalho tinha dores nas costas e lombar;
- problemas gastrointestinais, daí a diátese, acne e todas as outras “maravilhas”, como inchaço.
Sem mencionar o estado emocional – tendência de culpar os outros por tudo, depressão, apatia e estresse. Algo precisava ser feito! De preferência, considerando que longos treinos de cardio e exercícios com pesos na academia eram contraindicados para mim.
No artigo, vou contar por que escolhi o yoga e quais problemas de saúde e estado emocional ele resolveu. Também vamos discutir as principais mudanças para as quais você deve estar preparada antes de tomar a decisão importante – trazer ao mundo uma nova vida)
Como o corpo muda após o parto
Vamos descobrir o que acontece com o corpo e o estado da mulher após o parto. Durante a gravidez, as mães ganham em média de 10 a 20 kg. Recuperar a forma torna-se uma verdadeira aventura – para algumas é fácil, enquanto para outras é um desafio que leva meses e anos. Aqui estão as principais razões:
- Carga sobre o sistema musculoesquelético
Alterações ocorrem na coluna vertebral, na região pélvica e nos membros inferiores. Algumas pessoas mudam de postura, começam a se curvar. Outras sentem dor nos joelhos após o parto, aparecem inchaços e o pé se torna mais plano. Enfim, um monte de novas sensações “encantadoras”, especialmente se o corpo não estava preparado. Nesses casos, o yoga durante a gravidez pode ajudar.

- Mudanças na aparência do abdômen
Os músculos abdominais se recuperam naturalmente após 6-8 semanas do parto normal (se não houver diástase), após cesariana demora mais. A recuperação completa com exercícios físicos regulares ocorre em um ano. Se um grande diástase aparecer após o parto, pode ser necessária intervenção cirúrgica (depende da distância da separação).

- Recuperação do útero
Por aproximadamente 6-8 semanas, o útero se contrai e retorna ao seu lugar na região pélvica (durante todo esse período é comum que os lóquios sejam expelidos da cavidade uterina).

- Ptose mamária
Os seios durante a lactação podem aumentar de 2-3 vezes. Mas há desvantagens – os tecidos se esticam, a pele se torna mais fina, e após o término da amamentação, frequentemente ocorre a queda dos seios (ptose).

- Reorganização hormonal
Após o parto, os níveis de progesterona e estrogênio caem drasticamente, o que leva à redução da intensidade do metabolismo. As mulheres podem ganhar peso.
Assim, mesmo que você tenha sido ativa, a recuperação completa do corpo leva até um ano.
Mau humor devido ao estresse pós-parto
Logo após o nascimento do bebê, praticamente todas as mulheres experimentam uma elevação emocional (muitas até euforia). Mas no segundo ou terceiro dia, o humor cai, aparecem insegurança, desorientação e uma certa tristeza. Algumas querem chorar sem motivo aparente, outras sentem irritação.
Muitas começam a se sentir deprimidas, exaustas, ansiosas e, às vezes, até agressivas.
O que pode ser a causa?
- A reestruturação hormonal afeta fortemente a sensibilidade do sistema nervoso, aumentando a carga neuropsíquica. A mulher sente de forma intensa não apenas as necessidades do bebê, mas tudo o que acontece ao seu redor (talvez, você já tenha se deparado com reações exageradas a eventos insignificantes, é isso).
- O novo status de “mamãe” e a enorme responsabilidade. Mães inexperientes sentem preocupação e ansiedade, insegurança em suas habilidades e conhecimentos.
- Os cansaços físico e mental após semanas e meses de privação de sono contínua, causados pela rotina do bebê e pelas tarefas domésticas, pelos deveres diários.
- Estresse devido ao ambiente (desavenças familiares, falta de apoio de pessoas próximas, conselhos de parentes sobre “como deve ser feito” e advertências “você está fazendo errado!”)
Tudo isso junto pode agravar o estado de estresse e até levar à depressão.
Que tipo de “mau” humor deve ser tratado?
Nem todas as mães tiveram sorte – nossas bisavós, se sentiam cansaço e melancolia, simplesmente o silenciavam. Reclamar ou pedir uma pausa não era adequado. As pessoas não iam ao consultório de psicologia, e práticas espirituais e físicas que ajudam a lidar com esse estado (como yoga) não eram usadas.
Se sobre esse estado elas se calavam, isso não significa que ele não existia!
O que geralmente acontece?
A opção mais leve de mau humor, o chamado “Baby blues”
– deterioração de curto prazo nas primeiras semanas, pode durar até um mês.
Os sintomas são semelhantes aos da TPM: irritação, nervosismo, choro sem motivo, alterações de humor. Não precisa ser tratado – peça ao seu marido e à família para lhe darem mais atenção, disponibilizarem tempo livre para sua recuperação e descanso.
Se os sintomas persistirem e você estiver nesse estado há muito tempo, olhe atentamente para os sinais abaixo e procure ajuda (não há vergonha nisso!):
- Depressão pós-parto – um estado perigoso em que nada parece valer a pena e a maternidade não traz alegria. Começa aproximadamente no terceiro ou quarto mês de vida do bebê e pode durar anos, dependendo da gravidade. Estatisticamente, cerca de uma em cada sete mulheres experimenta depressão pós-parto.
- Transtornos de ansiedade – neurose, ansiedade social, transtorno de estresse pós-traumático e ataques de pânico.
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou neurose de estados obsessivos. É observado em 10% das mulheres após o parto.
Exemplo: A mãe está constantemente preocupada com pensamentos, imagens ou impulsos indesejáveis e desagradáveis que causam ansiedade e o desejo de fazer algo dez vezes seguidas. Por exemplo, a mãe teme machucar o bebê, se preocupa com a qualidade da esterilização da mamadeira, e frequentemente acorda à noite para verificar se o bebê está respirando.
- Psicose pós-parto – mudanças bruscas de humor. Sensação de depressão em um momento e muita felicidade no próximo, crenças e ilusões estranhas (delírios), alucinações (sons, visões, cheiros e sensações), perda de contato com a realidade, estado de consciência confuso. É raro.
Como você pode ver, as consequências podem ser desde quase imperceptíveis até bastante significativas. Esteja atento a qualquer manifestação e mudança de comportamento, pois disso depende o bem-estar não só da mãe, mas também do bebê e da família como um todo.
Como a ioga me ajudou a superar problemas de saúde?
Depois de falarmos detalhadamente sobre quão sérios podem ser os problemas durante a gravidez e após o nascimento do bebê, gostaria de adicionar uma pequena colher de mel a este barril de alcatrão.
Boa notícia – problemas, se não forem hereditários, podem ser evitados por conta própria. Considerando tudo mencionado nas duas partes acima, me esperava uma gravidez dolorosa com um conjunto de dores nas costas, mau humor, choramingos e apatia.
O parto, até mesmo imaginar é assustador, seria um inferno na Terra. E, acho, eu teria parado no primeiro filho. Bem, e após o parto, eu seria abraçada pelo diástase com seus acompanhantes na forma de dores nas costas, problemas digestivos adicionais, e, claro, o prolapso dos órgãos internos. As costas se curvariam ainda mais e eu seria amigavelmente abraçada pela depressão pós-parto.
O que mudou depois que comecei a praticar yoga durante a gravidez:
- As menstruações deixaram de ser dolorosas
Após começar a praticar yoga regularmente, a quantidade de comprimidos começou a diminuir e antes da primeira gravidez, notei que parei de tomar comprimidos e consigo suportar confortavelmente um leve desconforto na parte inferior do abdômen.
- Aumentou a mobilidade dos dedos dos pés
Após minhas práticas regulares de yoga, o ortopedista ficou surpreso que
uma pessoa com esse tipo de pé tem boa mobilidade dos dedos dos pés! Normalmente, pessoas com um osso protuberante no pé não conseguem mover os dedos separadamente uns dos outros.
- Me livrei das varizes
Após o segundo parto, as pernas não ficaram cobertas por uma horrível rede de vasos com veias salientes. E mais, com treinos adequados, eu até consegui correr uma maratona.
- Normalizou o trânsito intestinal
A prisão de ventre durante a gravidez e as hemorróidas após o parto também me pouparam. Mas elas deveriam ser minhas companheiras durante esse período. Como as varizes nas pernas causam desconforto estético, mas os verdadeiros problemas estão escondidos na região pélvica.
- Endireitei a coluna e me livrei da dor
Graças às práticas regulares de fortalecimento e alongamento dos músculos das costas, muitos dos quais são encontrados no yoga, e também às asanas destinadas a abrir a área torácica e trabalhar a parte inferior das costas, consigo manter minhas costas em um estado saudável.
- Evitei a depressão pós-parto
Claro, agora também é difícil às vezes, mas sei de onde posso tirar inspiração, identificar a verdadeira causa e voltar ao caminho. A nutrição segundo o programa de recuperação pós-parto desempenhou um papel enorme, assim como o cuidado pessoal e as práticas regulares de respiração e meditação.
Yoga na gravidez: conclusões
Graças à ioga, ao esporte e a uma alimentação saudável, não tive problemas nem na concepção nem após o parto. Passei por duas gravidezes tão tranquilamente que até mesmo meu marido às vezes esquecia que eu estava grávida! O parto foi natural, sem anestesia e sem lacerações, e na consulta com o ginecologista, após o exame, ouvi a frase de que parecia que eu nem tinha dado à luz, tão bem tudo estava recuperado internamente.
Queridas mamães, desejo muito que todos os sintomas e problemas descritos do período da gravidez e pós-parto passem quase despercebidos por vocês. Eu acredito que gravidez, parto e maternidade são uma missão especial e iluminada para a mulher. No próximo artigo, vamos explorar mais detalhadamente o tema da depressão pós-parto e como se ajudar neste estado.
No meu curso Mamãe após o parto, compartilho outros conselhos meus sobre como beneficiar não apenas a si mesma, mas também o bebê.