Por que as dietas não funcionam

Um corpo esbelto e saudável é a chave não apenas para a autoconfiança, mas também para uma alta atividade, produtividade e longevidade. Dezenas de doenças recuam com a perda de peso saudável. Um dos estágios da luta contra o excesso de peso são as dietas. Algumas ajudam a perder peso e a ficar saudável, enquanto outras são radicais e não poupam os órgãos internos. Mas pode chegar um momento em que nenhuma dieta funcionará.

Por que as dietas não funcionam?

Antes de abordar a questão “por que as dietas não funcionam?”, vamos definir o que é “Dieta” em princípio, e como ela difere de uma alimentação racional? 

Na dieta, podemos entender conceitos completamente diferentes. Do ponto de vista da ciência, é um regime alimentar que se caracteriza pela exclusão de certos alimentos por um curto período de tempo. É aplicado como tratamento e, após alcançar o efeito desejado, os alimentos proibidos são reintroduzidos na dieta.

Por exemplo, em casos de intoxicação aguda ou infecção intestinal, é prescrita uma dieta terapêutica especial com exclusão de proteína, sal, produtos lácteos (etc.). Mas o que é importante — somente por um curto período. Depois, esses alimentos serão introduzidos novamente na dieta. É impossível ficar muito tempo sem equilibrar proteínas, gorduras e carboidratos.

A alimentação racional é um regime alimentar fisiologicamente completo e equilibrado para pessoas saudáveis, considerando seu sexo, idade, tipo de trabalho, condições climáticas, equilibrado em termos de proteínas, gorduras e carboidratos.

Em outras palavras, nosso corpo gasta energia no processo de sua atividade vital, proteína para a construção de novas células, glicose para o funcionamento do cérebro e assim por diante. Nossa tarefa é repor o que foi gasto.

Com base nisso, nutricionistas em todo o mundo adotaram a proporção de macronutrientes e desenvolveram fórmulas para calcular o consumo diário de energia.

O que fazer em caso de excesso de peso? Seguir uma dieta ou uma alimentação racional?

Do ponto de vista médico, o excesso de peso é uma doença que leva inevitavelmente a complicações como hipertensão arterial, diabetes mellitus, aterosclerose, etc.

Como o excesso de peso não aparece por si só, mas resulta da quebra dos princípios da alimentação racional, é importante entender onde ocorreu o erro e retornar ao equilíbrio. Portanto, uma dieta é necessária aqui, mas deve ser personalizada e baseada nos princípios da alimentação racional — pois deve ser aplicada a longo prazo.

Atualmente, a comunidade médica de nutricionistas reuniu dados suficientes e realizou um grande número de estudos para afirmar que a alimentação racional com redução da ingestão calórica diária ganha a longo prazo em relação às dietas extremas (redução da ingestão calórica diária para 700 kcal, jejum intermitente) para perda de peso. É o método mais seguro.

Não se pode dizer que as outras dietas não funcionam. Elas também têm seu lugar, mas não foram realizados estudos confiáveis sem conflitos de interesse.

Recomendações Clínicas 2020

De acordo com as diretrizes clínicas para o tratamento da obesidade (revisão de 2020), o jejum não é recomendado devido à falta de dados sobre sua eficácia e segurança no tratamento da obesidade a longo prazo. É preciso admitir que, na obesidade, dietas não funcionam. Mas o que funciona?

De acordo com as últimas pesquisas realizadas em 2020, a dieta mais eficaz é reconhecida como hipocalórica. Ela consiste em um déficit calórico. Se você deseja perder peso de forma eficaz e segura, é necessário avaliar quantas calorias você gasta e consumir 500-700 kcal a menos. Também é necessário considerar a idade, o peso inicial e o sexo. Assim, você pode perder até 1 kg por semana. É um caminho longo para o peso desejado, no entanto, ele permite manter o resultado por muito tempo e desenvolver um sistema alimentar que será natural para você. Vale ressaltar que a dieta é eficaz nos primeiros 6 meses. Depois disso, a dieta não funciona. Se você precisar perder mais quilos, será necessário impor restrições adicionais.

Pontos importantes da pesquisa:

1. Geralmente, o período de estagnação é chamado de fase de ‘platô’ pelos nutricionistas. Como se pode ver, é normal que isso ocorra e é justificado do ponto de vista da fisiologia e física. Quem está perdendo peso frequentemente pensa no que fazer se as dietas não ajudam, se desesperam, não suportam e voltam à antiga alimentação ou param de comer. Claro, este é um período difícil, mas é preciso ter paciência e continuar seguindo as recomendações.
2. O próximo ponto importante é: ‘A maioria dos diferentes tipos de dietas são igualmente eficazes quando o princípio de restrição calórica total é seguido. O principal preditor de sucesso de uma dieta é a aderência sistemática a essa dieta’. Ou seja, não é necessário seguir aquela alimentação fracionada de 5 vezes como era popular antes, você pode fazer uma alimentação de 3 vezes ao dia com déficit calórico.

Um aspecto importante é o aumento da atividade física

Sem esporte, as dietas não funcionam, ou funcionam de maneira incorreta. O esporte traz as correções necessárias:

1. Reduz a quantidade de gordura visceral e aumenta a massa muscular.
2. Reduz o declínio do gasto energético em repouso causado pela perda de peso (ajuda a lidar com o famoso platô).
3. Reduz a pressão arterial.
4. Aumenta a tolerância à glicose, sensibilidade à insulina.
5. Melhora o perfil lipídico, tem um impacto positivo na manutenção de longo prazo do peso corporal.

Intensidade recomendada de atividade física:

1. Aumento do nível de atividade física (principalmente aeróbica) para 150 minutos por semana é recomendado durante a fase de perda de peso.
2. Exercícios físicos mais intensos (de 200 a 300 minutos por semana) podem ser recomendados para a manutenção de peso a longo prazo.

Mudar o estilo de vida de modo combinado (mudança na alimentação além de exercícios físicos) leva a uma redução de peso mais significativa em comparação com a “monoterapia” (dieta ou exercícios físicos isoladamente).

Por que o déficit calórico pode não funcionar?

Vamos identificar fatores adicionais pelos quais nenhuma dieta funciona:

1. Contagem incorreta dos alimentos consumidos.
2. Má distribuição das refeições ao longo do dia (por exemplo, ausência de café da manhã, almoço insuficiente e jantar abundante).
3. Problemas com sono — Ir para a cama tarde, falta de sono ou, ao contrário, ficar na cama por muito tempo (aqui poderíamos explicar a influência do sono no ganho de peso, mas isso é um assunto para um artigo extenso separado)

A natureza secundária do ganho de peso é rara, representando cerca de 5% de todos os casos. Isso pode incluir hipotireoidismo (disfunção da glândula tireoide), hiperprodução de cortisol (hormônio do estresse), hiperprolactinemia. Como perder peso se as dietas não ajudam devido ao ganho natural? — O ideal é consultar um especialista

Como funcionam as dietas populares?

Entre as centenas de dietas disponíveis na internet, algumas se destacaram e ganharam grande popularidade. Estas dietas podem ser divididas em várias categorias:

1. Redução extrema de calorias consumidas.

A dieta implica uma redução drástica de calorias. A comida consumida por dia deve estar dentro dos indicadores: 800 kcal. + 70-100 g de proteína + até 15g de gorduras + 30-80 gramas de carboidratos. Esta alimentação proporciona uma rápida perda de peso. Ela queima literalmente a gordura devido à severa falta de calorias. No entanto, esse efeito não dura muito, e 25% do peso perdido são músculos. Uma alimentação com restrição severa de calorias pode ser temporária e servir exclusivamente como início para a construção de um sistema alimentar correto.

2. Dieta com baixo teor de gordura.

Nesta dieta, as gorduras podem representar apenas 15-30% do total da massa de alimentos consumidos. Na prática, ao seguir uma ingestão de 1400 kcal, isso corresponde a até 40 gramas de gordura por dia. Essas dietas são consideradas mais eficazes do que a simples redução de calorias. Ao controlar a ingestão de gorduras, o paciente estimula os processos de queima da própria gordura. Dessa forma, o peso não só diminui de maneira mais eficaz, mas o efeito da perda dos quilos se mantém por mais tempo.

3. Dietas com baixo teor de carboidratos.

A dieta com baixo teor de carboidratos funciona com base no princípio da redução de gordura. Vale dizer que as dietas desse tipo não funcionam pelas mesmas razões. Consumindo uma quantidade baixa de carboidratos, o peso é perdido de forma eficaz, e junto com o treinamento de força é possível manter a massa muscular. Quanto é essa “quantidade baixa”? Até hoje, os cientistas não conseguem definir um padrão que satisfaça diferentes tipos de estudos. Em média, esse número é de 40-60%. Para ser justo, é preciso notar que pesquisas comprovaram que a limitação de carboidratos e gorduras funciona metabolicamente da mesma maneira.

4. Dietas ricas em proteínas.

A dieta rica em proteínas é uma das mais populares. Não é de se estranhar. É saborosa, variada, eficaz e permite a preservação dos músculos, queimando principalmente gordura. Uma dieta rica em proteínas envolve um consumo de proteína de 30-60%. Isso é o dobro da norma em uma alimentação comum.

5. Dieta Keto.

A dieta cetogênica envolve uma transição para um padrão alimentar em que o corpo queima corpos cetônicos em vez de glicose. Isso é mais um “estilo de vida” do que uma “dieta”. Hoje, este é um princípio popular entre celebridades para construir seu cardápio. É difícil dizer se as dietas funcionam ou não. Em cada caso, a dieta pode ter resultados individuais. Por isso, é necessário abordar a questão da alimentação com responsabilidade, assim como o tratamento de qualquer outro órgão.

Possíveis consequências das dietas

Cada dieta funciona de forma individual, mas o princípio básico é o mesmo — o déficit. Não importa se é um déficit de calorias, carboidratos ou gorduras. Há também um outro lado de cada dieta — o organismo adapta-se às novas condições e desacelera o processo de perda de peso, no final, nenhuma dieta funciona. Além disso, ao perder peso rapidamente, há um alto risco de recuperar os quilos. É difícil dizer no final se as dietas ajudam. Por um lado, é uma maneira rápida de perder peso, melhorar a condição da pele, etc. Por outro lado — há o risco de prejudicar a saúde e recuperar os quilos perdidos em dobro. É por isso que a alimentação equilibrada é considerada a abordagem mais saudável.

Quando a dieta não ajuda a perder peso e é necessário consultar um médico?

Em alguns casos, as dietas não funcionam de forma alguma. Isso está relacionado ao equilíbrio hormonal da pessoa, a certas doenças da glândula tireoide e outras doenças, e ao metabolismo.

Esses problemas não devem ser resolvidos por conta própria. É muito pouco provável que você consiga avançar na situação, mas pode causar danos irreparáveis à saúde em poucas semanas.

Se você deseja perder peso significativo, sabe que tem uma condição médica ou está tentando emagrecer, mas nenhuma dieta funciona, procure um consultório médico. Um exame e um laudo profissional individual ajudarão o nutricionista a escolher o sistema alimentar correto.